O presente artigo sintetiza resultados de uma dissertação de mestrado construída no contexto do Espaço de Convivência, Ação e Reflexão (ECOAR), projeto de extensão da psicologia no enfrentamento à violência em escolas públicas. Reconhecendo a importância das Leis 10.645 e 11.645 (Inserção de história e cultura afro-brasileira, africana e indígena no currículo escolar), a pesquisa teve como objetivo identificar em uma das escolas do projeto, como as duas leis são aplicadas, investigar como o racismo está presente nas relações cotidianas. Fundamentadas na pesquisa-ação-participação, as autoras utilizaram como fontes de informação: 1) Projeto Político Pedagógico; 2) Site da Prefeitura Municipal e o Programa Memória e Identidade; 3) Mapeamento dos estudantes; 4) Diários de Campo. A partir da análise construtiva-interpretativa, os resultados demonstraram o racismo e discriminação sofridos pelos estudantes; a violência vivida, naturalizada e reproduzida no cotidiano; a falta de conhecimento das origens dos estudantes; um desconhecimento e dificuldades no trabalho com as Leis 10.645 e 11.645 e a importância de discutir a história de vida dos estudantes. Diante dos resultados, foi possível traçar uma proposta de ação para o enfrentamento das diferentes formas de violência, fortalecendo os estudantes.