“Não pode ser abuso... eu sou a mãe”: ofensa sexual materna

Autores/as

  • Cassio Bravin Setubal Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
  • Lana dos Santos Wolff Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
  • Lucy Mary Cavalcanti Stroher Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
  • Thiago Blanco-Vieira Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
  • Liana Fortunato Costa Universidade de Brasília

Resumen

O texto apresenta o histórico de uma mãe que cometeu violência sexual contra suas duas filhas. A violência sexual cometida pela mulher ou mãe mostra-se sem conhecimento sistematizado no Brasil. Este texto pretende contribuir para iniciar o debate desta questão no país, oferecendo maior visibilidade para a compreensão deste fenômeno, e trazendo à luz a dinâmica da violência sexual. Trata-se de pesquisa qualitativa, um estudo de caso instrumental de cunho documental, realizada em uma instituição de atendimento em saúde pública. As informações foram obtidas por consulta ao prontuário da pessoa que cometeu a violência sexual: dados gerais e socioeconômicos, a família, a violência cometida, as vítimas, a história de vida. Os resultados foram agrupados em eixos, corroborando literatura: vitimização da ofensora na infância e adolescência; vitimização sexual das filhas; qualidade dos vínculos afetivos; violência interacional; uso de drogas /álcool, e violência conjugal. Estes eixos estão de acordo com estudos internacionais, identificando a vitimização e o sofrimento da mulher que comete violência sexual, e priorizando os estudos de caso. Há necessidade de que os profissionais tenham qualificação específica para a identificação da violência sexual cometida por mulheres e por mães, são muitos os mitos e preconceitos que impedem a identificação desta ocorrência.

Palabras clave:

mulher ofensora sexual, abuso sexual infantil, criança maltratada